11 de junho de 2010

"Literatura definicional"

No âmbito do Plano Nacional de Leitura, os alunos do 3º e 4º anos leram e exploraram alguns Contos da Terra do Dragão de Wang Suoying e de Ana Cristina Alves.
O conto “Deitar água no buraco para recuperar a bola” foi objecto de um trabalho diferente, ou seja, a partir deste conto, os alunos produziram outro, aplicando um activador criativo denominado “literatura definicional” que consiste em substituir as palavras-chave, previamente seleccionadas pelos alunos, pela sua definição existente no dicionário. Desta forma, os alunos praticaram a consulta do dicionário e a estruturação frásica. O resultado é um texto naturalmente mais extenso, mas que exige um sentido de descoberta para quem o lê sem ter lido o texto que o originou.
Aqui fica registado o texto original e o texto produzido pelos alunos.



"Deitar água no buraco para recuperar a bola"

«Em dia de jogo de futebol, a rapaziada fervilhava. Havia sempre um que ficava encarregado de levar a bola para o campo de futebol. As bolas antigas eram muito engraçadas. Feitas de pedaços de couro cosido e recheadas de penas, possuíam uma forma esférica e, dada a leveza das penas, saltavam facilmente.
Nesse dia, o jogo começou, mas foi logo interrompido porque a bola se escapuliu por um buraco formado pelas raízes duma árvore milenária.
Os meninos tentaram mãos, bambus, picaretas e insultos para recuperar a bola, mas tudo foi inútil. O buraco era recurvado, fundo, e estava bem protegido pelas raízes da árvore. Ao que parecia, o jogo tinha terminado.
Enquanto os outros pinoteavam à volta da árvore, Wen Yanbo observava a cena. Nisto, teve uma ideia.
- Corram depressa à casa mais próxima e tragam alguns baldes com água.
- Porquê? - quiseram saber os amigos.
- Agora não há tempo para explicar - volveu o rapaz. - Voltem o mais rápido possível!
Passado não muito tempo, os rapazes estavam de volta com dois baldes cheios de água. Wen Yanbo despejou o conteúdo de um deles no buraco, mas nada sucedeu. Verteu o segundo e logo apareceu a bola a bailar naquela boca da terra.
-Bravo! Bravo! - aplaudiram, na maior das algazarras, os amigos de Wen Yanbo. Pouco depois o jogo recomeçava.»

in Contos da Terra do Dragão, Wang Suoying, Ana Cristina Alves



Deitar o líquido incolor, transparente, insípido e inodoro composto por H2O na abertura para recuperar o objecto esférico utilizado na prática de desportos

No período durante o qual a Terra dá uma volta sobre o seu eixo, houve uma actividade lúdica em que onze jogadores de cada equipa procuravam marcar um golo na baliza contrária. Um bando de rapazes fervilhava. Havia sempre um que ficava encarregado de levar o objecto esférico para o espaço delimitado destinado a uma actividade desportiva. Os objectos esféricos usados no passado tinham muita graça. Feitos de pedaços de pele espessa de alguns animais cosida e recheados de plumas, possuíam uma forma redonda e, dada a leveza das plumas, saltavam sem esforço.
Nesse período durante o qual a Terra dá uma volta sobre o seu eixo, a actividade lúdica começou, mas foi logo interrompida, porque o objecto esférico fugiu por uma abertura formada por um órgão de uma planta grande, com tronco grosso, duro e alto, do qual nascem ramos e folhas, e que tem mil anos ou mais.
As crianças de sexo masculino tentaram com as extremidades dos seus braços com cinco dedos, com plantas tropicais, lenhosas que têm um caule muito resistente, com utensílios de ferro, com duas hastes aguçadas e levemente curvadas, próprias para as escavações e com ofensas para recuperar o objecto esférico, mas tudo foi desnecessário. A abertura era muito curvada, funda, e estava bem protegida pelos órgãos da planta grande. Ao que parecia, a actividade lúdica tinha terminado.
Enquanto os outros davam pinotes à volta da planta grande, Wen Yanbo observava o acontecimento. Nisto teve um pensamento
- Corram depressa à construção destinada à habitação que esteja mais próxima e tragam alguns vasos com a boca mais larga do que o fundo, com o líquido incolor, transparente, insípido e inodoro.
- Porquê? - quiseram saber as pessoas que têm uma relação de amizade com as outras.
- Agora não há tempo para explicar – respondeu a criança do sexo masculino. - Voltem o mais rápido possível!
Passado não muito, as crianças do sexo masculino estavam de volta com os vasos de boca mais larga que o fundo cheio de líquido incolor, transparente, insípido, e inodoro.
Wen Yanbo despejou aquilo que está contigo num dos vasos na abertura, mas nada aconteceu depois.
Entornou o segundo e logo apareceu o objecto esférico a dançar naquela entrada da parte sólida da superfície terrestre.
- Bravo! Bravo! – aprovaram com aplausos na maior das gritarias, as pessoas que tinham com o Wen Yanbo uma relação de amizade. Pouco depois a actividade lúdica recomeçava.

Trabalho colectivo – 3º e 4º anos

2 comentários:

Anónimo disse...

Adorei .
Está tudo espectacular.

Anónimo disse...

Adorei .
Está tudo espectacular.

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